Volta ele agora com novo livro, este tratando de sua vinda para o Rio e posteriormente para Petrópolis, onde se fixou e criou raízes e onde foi meu aluno no velho Colégio São Vicente de Paulo.
Confesso que embora ache poderia ele ter desenvolvido mais os capítulos, deliciei-me com sua leitura, com as descrições de pessoas e coisas de Petrópolis, a maioria das quais também conheci e com elas convivi.
A atividade do Prof. De Cusatis foi toda voltada para a educação e para a cultura, ramos que também me preocupam desde que, há 44 anos, fixei-me nesta terra.
À frente da Academia Petropolitana de Educação tem ele desenvolvido uma ação marcada por um dinamismo e um idealismo que não lhe podem ser negados.
E falando neste aspecto de sua atividade quero encerrar com as palavras de Rui Barbosa que dizia: “O ideal não se define. Enxerga-se pelas clareiras que dão para o infinito”.Lourenço Luiz Lacombe
Com bom humor e precisão, o autor, sem se mostrar apiedado de sua situação de rapaz pobre, relata na primeira parte deste seu livro a
luta contra a pobreza, no mundo desconhecido de uma cidade grande. O desafio é enorme, mas ele o aceita sem fazer-se de vítima, trazendo consigo a grande aspiração de poder um dia, com a vitória na mão, mergulhar sua alma, por inteiro, no mundo maravilhoso da cultura.
Sem ressentimento para com a sociedade em que viveu do lado mais desprotegido, o autor vai relatando suas derrotas e vitórias, nos seus mínimos detalhes, demonstrando um talento indiscutível na arte de contar e descrever os ambientes em que sofreu e venceu.
A segunda parte do livro é um verdadeiro abrir de coração. Revela sentimentos que sempre o autor procurou esconder. E nessa parte lírica, ele revive seus amigos, mostra sua saudade e sua sempre lembrada São José do Rio Preto, na qual fez nascer um ginásio para alunos pobres e Petrópolis, onde criou a Academia de Educação.
O Prof. José De Cusatis, neste seu livro, revela todo o seu apreço à humanidade.
Ney Martins da Rocha
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