A Usina Hidrelétrica Itaocara S.A. realizou neste mês de junho de 2016 a exposição Resgate Arqueológico na área da UHE Itaocara I, nos municípios de Itaocara e Aperibé. Com a proposta de dar conhecimento à população sobre os resultados da primeira etapa das ações de resgate do patrimônio arqueológico na área do canteiro de obras da UHE Itaocara I, a exposição aconteceu na sede da usina, em Itaocara, nos dias 21 e 22, e no Centro de Convenções Ataíde Faria Leite, em Aperibé, nos dias 23 e 24.
Apresentada por Maria Janine Pereira de Azevedo e Yasmin Pacheco, da Educação Patrimonial da Autonomia Arqueologia (empresa responsável pelo trabalho), a exposição contou com banners e materiais também encontrados em outros sítios arqueológicos, para chamar atenção sobre a importância do trabalho da Arqueologia em grandes empreendimentos. Com a parceria das Secretarias Municipais de Educação de Itaocara e Aperibé, a mostra recebeu aproximadamente 460 visitantes, em especial alunos das redes públicas, Senac, Apae, lideranças comunitárias, representantes de instituições e gestores públicos dos municípios da área de influência do empreendimento.
Um resgate iniciado em março
Sob a coordenação técnica do arqueólogo Filipe André do Nascimento Coelho, também da Autonomia Arqueologia, e apoio institucional do Laboratório de Arqueologia Brasileira, o trabalho de resgate dos sítios arqueológicos identificados na área do canteiro de obras da UHE Itaocara I, no município de Aperibé-RJ, começou em março deste ano. Os técnicos realizaram escavações para identificação e resgate dos vestígios de civilizações que habitaram a região no passado.
Durante o trabalho de campo foram encontrados fragmentos cerâmicos, metais, louça e vidros de importância arqueológica em três locais previamente identificados. O mesmo trabalho será feito posteriormente em áreas do reservatório da usina. Ao todo foram relacionadas 67 áreas de interesse arqueológico no âmbito do empreendimento.
Arqueologia passo a passo
O trabalho de prospecção arqueológica consiste em quatro etapas: Prospecção Arqueológica – quando os sítios arqueológicos são identificados, mapeados e classificados; Resgate e Monitoramento – nesta fase são feitas escavações, coleta, registro fotográfico e identificação do material encontrado; Monitoramento – consiste na marcação e isolamento dos sítios arqueológicos que não serão afetados pelo empreendimento; Educação Patrimonial – fase de realização de palestras e exposições para dar conhecimento ao público de interesse na área de abrangência do empreendimento; Guarda do material encontrado – quando todo material de interesse arqueológico encontrado é fotografado, limpo e encaminhado ao laboratório para ser higienizado, analisado e catalogado. Esse material é destinado a instituições cadastradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e fica disponível para estudos.
A autorização para esta atividade na área da UHE Itaocara I foi dada através da portaria número 9, de 26 de fevereiro de 2016, do Iphan, publicada no Diário Oficial da União, em 29 de fevereiro. Esta exposição integra o Programa de Prospecção, Resgate e Monitoramento do Patrimônio Arqueológico, uma das 43 ações ambientais previstas no Projeto Básico Ambiental (PBA), no processo de licenciamento da usina, coordenado e fiscalizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, no caso da arqueologia, pelo Iphan.
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