Um mestre convidou seu discípulo para tomar chá. Enquanto servia… o rapaz exclamou: “Pare, a xícara está transbordando!” O mestre replicou: “É assim que está sua mente.”
E se fosse você a tomar esse chá… O que o mestre te falaria?
Vivemos uma época onde a grande maioria das pessoas encontra-se com a sensação de que a mente está cheia. A palavra estresse é quase sempre pronunciada, para justificar desconfortos, tanto de âmbito físico como emocional. Mas o estresse, palavra derivada do latim, que nos causa tantos desconfortos, também foi muito usada no século dezessete para representar “adversidade” ou “aflição”. No fim do século dezoito, seu uso mudou para “força” ou “esforço” exercidos inicialmente pela própria pessoa, seu organismo ou mente.
Atualmente, estresse significa qualquer pressão imposta à pessoa, de origem física, psicológica ou psicossocial. E pesquisas científicas apontam que cerca de 80% das consultas médicas estão diretamente relacionadas ao estresse.
Existem reações que são naturais quando estamos diante de situações desafiadoras, que nos impulsionam a tomar decisões rápidas. Porém, se essa adaptação que é natural diante de situações decisórias, for mantida por períodos mais longos, o corpo será prejudicado de várias formas, e o estresse passará a ser uma “doença”.
São dois os tipos de estresse: um bom e um ruim.
O “BOM” estresse (positivo – também conhecido por EUSTRESS), é causado por coisas excitantes que acontecem no dia-a-dia e que nos impulsionam a realizar. O estresse “RUIM” (negativo – chamado de DISTRESS),é causado pelas frustrações e problemas diários, tais como decepções, discussões, falta de dinheiro, etc. A OMS classifica esse estresse como doença que se caracteriza pela dificuldade do indivíduo se adaptar às condições do meio ambiente. Essas reações são diferentes de pessoa para pessoa, e para essa variação de comportamento, existe um fator importante que faz a diferença, a resiliência.
A RESILIÊNCIA é caracterizada por um conjunto de atitudes adotadas pelo ser humano para resistir aos embates da vida. O termo vem de uma propriedade da Física sobre a capacidade que os corpos têm de voltar à sua forma original, depois de submetidos a um esforço intenso. A Psicologia aplica esse conceito aos seres humanos, destacando a capacidade do indivíduo dar a volta por cima das situações de risco e voltando transformado, crescendo com a experiência.
A análise dos comportamentos leva à ideia de que todo ser humano traz dentro de si a resiliência como capacidade inata. Alguns a estimulam por si mesmos. Outros precisam de ajuda externa, seja da família, de grupos religiosos ou de terapeutas para criar fatores de proteção que possam suavizar os fatores de risco. Assim diz-se que um indivíduo é resiliente quando consegue superar (e não necessariamente eliminar) as adversidades, encontrando forças para aprender com elas.
A teoria da resiliência defende a capacidade individual do ser humano de aprender a trabalhar comportamentos que reduzam a ação dos agentes estressores, se a ela forem dadas as ferramentas adequadas para a construção do novo indivíduo, implicando também em aceitar as coisas como são, se não puderem ser modificadas. A angústia leva algumas pessoas ao desespero enquanto outras procuram consolo e resposta para os acontecimentos. É a lucidez da consciência que equipa o indivíduo na superação das dificuldades. Essa aceitação e superação dos desafios que a vida nos oferece é que nos torna um BOM ESTRESSADO.
Dra. Cristiani Cosendey Souza Serafini
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Graduada em Psicologia. Especialização Clínica Abordagem Sistêmica; Pós Graduada em Orientação Profissional e Coach de Carreira; Expertise no atendimento a adolescente, adulto e idoso. Mestranda em Atenção Psicossocial pelo IPUB – UFRJ. Psicóloga Clínica, no setor Público, no município de São Sebastião do Alto. Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho; Proprietária da empresa RHesiliê Consultoria, atuando em empresas com equipes de alto desempenho, realizando treinamentos, palestras e coaching. Expertise em Ferramentas de Gestão em Segurança no Trabalho; Expertise em Empreendedorismo Social pela FGV. Desenvolve trabalhos com Programação Neuro Linguística. Estudou Administração de Empresas na Faculdade de Ciências Econômicas do Sul de Minas. Dra.h.c. em Terapias Naturais.