
Moqueca de Caximbau – foto ilustrativa
Caximbau uma maravilha gastronômica do noroeste fluminense
O cascudo ou caximbau é uma espécie típica da região do médio rio Paraíba do Sul, sendo oferecido em restaurantes tradicionais em localidades marginais do Rio Paraíba do Sul, desde Porto Velho do Cunha, Carmo-RJ até São Fidélis-RJ. Também é encontrado em restaurantes de Santo Antônio de Pádua-RJ e Aperibé-RJ cidades cortadas pelo Rio Pomba, afluente do Rio Paraíba do Sul. É oferecido em restaurantes de: Porto Velho do Cunha, Carmo-RJ, São Sebastião do Paraíba, Cantagalo-RJ; Porto Marinho, Cantagalo-RJ; Itaocara-RJ; Pirapitinga-MG, Pádua-RJ; Aperibé-RJ; Cambuci-RJ e São Fidélis-RJ. Também há notícias que o cascudo também é encontrado no Rio Muriaé e apreciado na região Itaperuna-RJ, Cataguases-MG e Muriaé-MG.
O peixe é muito apreciado pelos moradores da região, mas é pouco conhecido dos demais públicos, inclusive todo o restante fluminense. Ele tem sabor e textura únicos, sendo apreciado em moqueca “com casca ou sem casca” ou frito, acompanhado de arroz, salada e pirão.
Acredito na culinária como fonte de desenvolvimento regional e encontro no Projeto Maravilhas Gastronômicas, uma fonte real de divulgação desse peixe de características peculiares. Podemos, através do Caximbau, fomentar o turismo local mostrando as belezas naturais do seu habitat, uma paisagem ainda preservada de um rio que precisa ser conhecido e preservado.
O PEIXE

Cascudo ou Caximbau
Nome Popular: Cascudo ou Caximbau
Nome Científico: Hypostomus affinis
Características: é um peixe que possui uma couraça recobrindo o seu corpo. Na verdade, são pequenas placas ósseas adaptadas à maneira de escamas, que percorrem o corpo em várias fileiras (de três a quatro), o que confere à espécie visual e sensação tátil de lixa. Seu corpo possui coloração parda com algumas manchas escuras. Sua região ventral é geralmente nua. Tem boca inferior (ventral).
Distribuição Geográfica: Bacia dos rios Paraíba do Sul, Imbé e Mucuripe.
Hábitos Alimentares: Alimentam-se raspando as superfícies de pedras, barrancos, folhas e galhos, onde encontram uma infinidade de microorganismos e pequenas algas.
Hábitos Reprodutivos: Esta espécie procura locais seguros para desovar, tais como “tocas” entre as rochas, no barranco ou em troncos ou bambus submersos, uma vez que seus ovos são pegajosos (aderentes) e não descem o rio carregados pela massa d’água. A desova não ocorre uma única vez ao ano, como ocorre com os peixes de piracema, mas sim, distribuída em partes durante um determinado período do ano. O pico de desova desta espécie ocorre entre os meses de março e abril. Cada fêmea adulta chega a liberar uma quantidade de aproximadamente 1.250 a 4.300 ovócitos (ovos antes de ocorrer fecundação).
Fonte: Guilherme Souza (Diretor Técnico do Projeto Piabanha)
A CAPTURA
A pesca ocorre durante todo ano. O cascudo é capturado principalmente em redes de nylon que são armadas à noite e recolhidas na manhã seguinte. Também são utilizadas tarafas para sua captura. O peixe não é pescado com anzóis, devido seus hábitos alimentares.
Os pescadores utilizam pequenas embarcações, chamadas botes, para o recolhimento das redes.
A CULINÁRIA
O cascudo é consumido em moqueca ou frito. O prato mais tradicional é a moqueca, em que o cascudo pode ser cozido “com casca ou sem casca”. Chamamos de casca a couraça que potrege a espécie. Contudo, a maneira mais aprecida é a moqueca de caximbau “sem casca” que vem acompanhado de arroz, salada e pirão.
Moqueca de Caximbau sem casca
Ingredientes
- 6 cascudos médios limpos
- 2 dentes de alho
- 3 tomates picados, sem pele e sem sementes
- 1 pitada de sal
- ½ cebola cortada em cubinhos
- ½ pimentão picado
- 1 limão
- 200g de Extrato de tomate
Modo de preparo
Tempere o caximbau com limão, alho e sal.
Em uma panela, aqueça um pouco de óleo e refogue a cebola, o alho, o pimentão e os tomates, deixando cozinhar de 10 a 15 minutos. Nesta ordem.
Tempere com sal e tampe a panela.
Coloque 500 ml de água. Até fever levemente.
Quando o molho estiver pronto, adicione o peixe inteiro, limpo e sem a “casca”.
Deixe cozinhar por 20 minutos ou até a cauda do peixe começar a abrir.
Retire da moqueca 2 copos de molho para fazer o pirão.
Deixe descançar.
Pirão
Ingredientes
- Refogue as cabeças dos caximbaus com alho
- 1/2 cebola picadinha
- Adicione 2 copos (200 ml) do molho da muqueca
- 1,5 copo (200 ml) de farinha de mandioca aos poucos.
- 1 copo (200 ml) de água ou mais conforme o interesse.
Modo de preparo
Em uma panela, despeje o molho (2 copos) do caximbau e leve ao fogo.
Acrescente aos poucos, a farinha de mandioca (1,5 copo) , mexendo até ficar na consistência desejada.
Se ficar muito grosso, adicine aos poucos mais água.
Deixe cozinhar durante uns 10 minutos.
Sirva a seguir com a Muqueca…
Arroz e Salada conforme o gosto.
Fonte: www.acainoagem.com.br
Já comi esse peixe na brasa só com sal . Eu era criança, minha tia morava em uma pequena ilha na beira do rio em Itaperuna. Meu tio era pescado, quantas saudades, isso já la se vao 60 anos!
Fui muitas vezes saborear essa maravilha quando morava em Campos
Este prato de cachimbau que foi postado no site de Itaocara, me fez lembrar dos momentos em que eu e minha família íamos passear na fazenda dos meus avós Sebastião Cabral e dona Doca. Meu pai Adauto(Caeiro) que também residiu em Jaguarembé de baixo quando jovem, nos levava para passear e degustar este delicioso prato de cachimbau com pirão. Todos da fazenda amavam o delicioso prato feito pelas mãos do meu falecido pai. Meus avós também já se foram, mas os momentos maravilhosos de todos sentados à mesa ficarão na minha memória. Minha mãe, Maria Ely Cabral, é viva e mora nesta cidade maravilhosa que eu amo muito. Todo mês estou aí para ver minha mãe e todos os meus parentes. Uma cidade acolhedora e com uma comida invejável!!!!! foram momentos inesquecíveis!!!!!!! Amo minha família, parentes e amigos desta cidade maravilhosa!!!!!! 🙏🏼👏👏👏👏👏👏👍😉